11.7.07


"ora a instrumentalina se me tinha levado até ao campo das margaridas, no dia em que meu tio fernando me havia chamado greta garbo, ela mesma me tinha traído e amarrotado, e criado o meu primeiro desgosto".

"com as mãos agarradas à cintura dele, tombando para a direita e para a esquerda como sobre um cavalinho que voasse, corríamos e corríamos sem parar. correndo, sentia as pernas do meu tio girarem, e a sua camisa encher de ar, à medida que corríamos. e a terra a mover-se e a passar. mas até onde correríamos nós? acaso poderíamos correr indefinidamente assim? se não, porque não?”

in, a instrumentalina, lidia jorge, publicações dom quixote

2 comentários:

psique disse...

Doce descrição, há momentos que poderiam ser eternos!

Apesar de não se dever julgar o livro pela capa, gosto desta.

Fliscorno disse...

Adoro este conto! Faz-me lembrar a minha velha "pasteleira" e as cabalhotas que me fez dar na adolescência.